HISTÓRIA DO MUNICIPIO

por Interlegis — última modificação 08/06/2020 18h22

HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE JACINTO

ESTADO DE MINAS GERAIS

AUTOR: Sinval Olegário de Almeida Ruas. (In Memorian)

FONTES DE PESQUISA

Prefeitura Municipal, Câmara Municipal, Escolas Públicas, informações de antigos moradores, obra do escritor José Cortes Duarte (Vultos sem História) e outras.

HISTÓRICO

As pesquisas indicam que possivelmente no final do século XIX residiu nas margens do córrego hoje denominado JACINTO, um posseiro de nome Jacinto, daí o nome do córrego.
Em decorrência, a cidade que se formou na foz de referido córrego recebeu também o nome de CIDADE DE JACINTO.
Além de outras, as seguintes pessoas residiram nas redondezas da atual cidade, antes de se formar o Povoado: Hilário Bispo de Souza, falecido em 1912, e dono
de uma fazenda na margem esquerda do rio Jequitinhonha; a família Lúcio, chefiada pelo velho Cesário Lúcio, com os filhos José Lúcio, Miguel Lúcio, e outros, estabelecidos em fazenda adquirida na margem direita do rio, no local onde se situa a atual cidade, em 1913; Pedro Araújo (conhecido por Pedro Feio), sua mulher dona Maria, e seu filho Dely, em 1919; Belizário de Tal, com uma fazenda na margem esquerda do rio; Horácio Soares da Cunha; Luiz de Deus; Reduzino Bispo dos Santos; Ladislau Alves de Souza; Sabino Antônio de Oliveira.
Segundo informações do senhor Dely Antunes de Araújo, testemunha pessoal da fundação do Arraial da Barra do JACINTO, a primeira casa foi construída por seu pai Pedro Araújo, conhecido por Pedro Feio, já no final do ano de 1919.
Conta que ele tinha oito anos de idade naquela época, mas sua memória é bastante lúcida para lembrar de tudo que aconteceu naquele tempo.
No ano 2000, Dely tem a idade de 89 anos.
Lembra que seu pai, com a família, decidiu descer margeando o rio Jequitinhonha, a procura de um bom local
para se fixar. Aqui chegando, e gostando do lugar, propôs a compra da posse do terreno ao seu ocupante em área maior,
senhor José Lúcio, um homem que já residia em sua fazenda há alguns anos. Feito o negócio, tratou seu pai de construir sua casa, constituindo-se esta, na primeira casa de Jacinto, no final do ano 1919. Então, convidou seu amigo Sabino (Sabino Antônio de Oliveira), morador na fazenda de Ladislau Alves de Souza, no córrego Enxadão, e outras pessoas, inclusive José Lúcio, para fundarem o Povoado.
Iniciado este, contou-se como primeiros moradores, Pedro Feio e sua mulher, dona Maria, o filho Dely, mais Sabino (que veio a ser conhecido por Sabino Ruim), José Lúcio e outros. Não houve um fundador, mas vários fundadores, todos trabalhadores da região, homens pacatos.
Assim, em 1920, nascia o Arraial, sendo construídas algumas casinhas, margeando o Rio Grande, feita de enchimento e pintadas a cal, de piso batido.
Naquele tempo o córrego já carregava o nome de “Córrego do Jacinto”, em virtude de ter morado às suas margens um posseiro de nome Jacinto.
Com a chegada de mais pessoas, formaram-se ruas e uma praça, sendo separada uma área no centro da praça, para a construção de uma Capela.
O Povoado foi criado, então, sob a influência da Igreja Católica.
Surgiram as primeiras vendas, onde vendiam a cachaça, o sal e cereais, indispensáveis em todos os arraiais, tendo a cachaça e o sal como principais mercadorias.
Para o Arraial vieram outros moradores da região, alguns comerciantes, e poucos forasteiros.
Em 1928 já podia ser notada a formação do Povoado. Estavam delineadas as ruas, cujos nomes atuais: Ruas Martinho José dos Santos, Expedicionário Hugo Macedo, Olegário Silva, Pedro Celestino Abreu, José Solimão e a Praça Mário Martins. No centro da praça foi construída a Capela, e na esquina da praça com a rua Expedicionário Hugo Macedo, foi construído um modesto Mercado.
Hoje não mais existe a Capela nem o mercado.
Do outro lado do rio morava o velho Joaquim Catuá.

UM CHEFE PARA O LUGAR.

No princípio ninguém se arvorou em ser chefe do lugar, entendendo que o chefe não era imprescindível. Todos os moradores eram homens pacatos e trabalhadores.
Mas as desordens viriam certamente. Entretanto, ninguém queria aventurar-se à posição de chefe, em um lugar isolado, como o Povoado. Todos, contudo, sabiam que mais cedo ou mais tarde alguém viria a ser o chefe, alguém mais destemido, levado talvez por futuros acontecimentos.
A notícia do nascimento do Arraial, em terras férteis e promissoras, espalhou-se, atraindo várias pessoas para o lugar. Com homens bons e ao lado deles, vieram alguns valentões, bebedores de cachaça, bagunceiros, destemidos, arruaceiros, oriundos principalmente do vizinho Estado da Bahia. Entre todos, destacou-se um bandido que se denominou Capitão Cândido.
Ele veio das bandas de Ilhéus, na Bahia. Era um facínora temido pelas suas façanhas na sua região de origem. Aqui chegando, adquiriu uma gleba em terras situadas na margem esquerda do rio Jequitinhonha, alguns quilômetros acima do Arraial, passando a freqüenta-lo constantemente. Percebendo-o desprotegido, passou a arvorar-se de Chefe, amedrontando a todos os pacatos moradores do lugar e redondezas, que passaram a temê-lo e respeitá-lo, sobretudo pelas notícias de suas façanhas no Estado da Bahia, e pelas suas ações iniciais nesta região.
Foi o primeiro chefe de Jacinto, embora por pouco tempo. A sua chefia trouxe um péssimo conceito para o Povoado na região.
Diz o escritor e jornalista José de Cortes Duarte, fazendeiro na região, em sua obra “Vultos sem História”, que ninguém tentou opor-se ao Capitão Cândido, pois faltava coragem aos pacatos moradores do lugar. O Capitão, como era conhecido, iniciou suas atividades de “autoridade imposta”,
usando os métodos tradicionais, para implantar o medo: matar porcos no terreiro do vizinho, matar cachorros na porta do vizinho, prender animais de um confinante, em tudo mandando recados desaforados, atrevidos, para os donos; fazer cercas e valos prejudicando o vizinho, etc. Espalhava o terror, impondo respeito, com objetivos premeditados, como se assenhorear de posses de vizinhos, nas terras que lhe interessassem , e outros.
A sua primeira investida, visando a conquista de terras, foi na fazenda do “Velho Belizário” homem pacífico, mas matreiro, fino, político, inteligente. Ali o Capitão Cândido matou porcos, prendeu animais do vizinho em seus currais, fez ameaças. Era uma época em que a comunicação era difícil; os únicos meios eram através do rio ou do animal, proliferava a Lei dos mais fortes
Os cidadãos de bem se sentiam desprotegidos e fracos; a Lei estava ausente, quando era urgente a sua proteção. O que podia fazer o “Velho Belizário”, numa situação dessa?... Não reagiu às agressões do vizinho perverso . Parecia não reagir. Mas a verdade é que arquitetava um plano, e montando no seu cavalo, seguiu viagem até VIGIA (hoje Almenara), e alguns dias depois regressou e postou-se em um local pouco distante de suas terras, e ali, paciente, esperou o resultado de seu plano. Dizia ter vendido a sua posse para um tal Teodorão, um homem valente, que morava lá pelas bandas
de Pedra Grande. No mesmo dia de sua volta, outras pessoas ocuparam a Fazenda de Belizário – um preto forte, de nome Sebastião – com a mulher e os filhos, como empregados do novo dono da Fazenda de Belizário. Sebastião trouxera uma carta de Teodoro para o Capitão Cândido, mas a redação foi reconhecida pelo Capitão como do próprio Belizário. Depois de lê-la, o Capitão disse ao Sebastião que responderia pessoalmente a Teodoro, quando ele aparecesse.
Alguns dias depois Teodoro Peão chega ao Povoado de Barra do Jacinto, e entrando na única venda do lugar pediu um “trago”, momento em que surgiu ali a pessoa do Capitão Cândido, que foi perguntado: - Quem se chama aqui Teodoro Peão? Ao que Teodoro Peão respondeu: - Sou eu. A seguir Cândido perguntou: -Foi você que escreveu uma
carta ao Capitão Cândido? – Fui eu mesmo, respondeu. Cândido então disse: - Pensei que se tratava de um homem, e vejo que não passa de um negro a toa. Sorrindo, Teodoro respondeu: - Eu posso ser negro a toa, só não sou capitão, se fosse de sua terra tinha patente, porque lá até cachorro é capitão; e deu um murro no rosto do Capitão Cândido. – Eu já volto, disse o capitão, e saiu fazendo ameaças. – Eu fico esperando, disse Teodoro.
Eram dois homens valentes, destemidos.
O Capitão, usando de um escaler, subiu o rio, atravessou-o, e foi até sua pequena Fazenda, que ficava do
outro lado, mais acima, com a intenção de voltar. Algumas pessoas aconselharam Teodorão a sair dali, alegando que o Capitão voltaria com os seus jagunços. Mas Teodorão esperou, não saiu, e Cândido voltou mais tarde, com dois jagunços armados, de nomes José Grosso e José Cotia. Com a chegada dos três, estando Teodoro em local aberto, estabeleceu-se o tiroteio. Teodoro acertou o Capitão Cândido, e os jagunços acertaram em Teodoro. Ambos morreram.
Assim morreu o primeiro chefe do Arraial da Barra do Jacinto, que naquela época pertencia ao Município de Jequitinhonha.
E o tempo passou.
Em 1930, o Povoado já estava formado, mas os jagunços aterrorizavam o povo do lugar e adjacências, protegidos pelos mais poderosos; bebiam cachaça, provocavam brigas, matavam, tudo à revelia da justiça.
As festas eram bagunçadas, sem segurança, freqüentadas pelo “povinho”. As melhores famílias resguardavam-se, principalmente as mulheres.
É certo que poucos participaram da formação do Povoado. É sempre assim. E os nomes dos principais deles já foram referidos. Entretanto, com o passar do tempo, outras pessoas se juntaram a eles, com suas famílias, quase todas mais evoluídas, atraídas talvez pelo valor das terras, sabi-
damente férteis e produtivas, fazendo com que tudo fosse melhorando paulatinamente, na área urbana e na área rural.
Muitos chegaram e saíram, obedecendo ao ciclo natural das migrações, mas outros chegaram e ficaram definitivamente, deixando sua influência ligada ao lugar. Assim, podemos registrar presenças que, de uma maneira ou de outra, foram importantes, ou por si ou seus descendentes, sobressaindo na vida política, econômica e social do lugar,
colaborando para que a sociedade se projetasse de maneira positiva no cenário da região.
Uma vez estruturado o Povoado aqui se estabeleceram: Joaquim Bernardes; o canoeiro Germaninho e sua família; Alcides Batista, Olavo Ferraz dos Santos, com sua família, contando-se sua mulher Hermelina Ferraz e seus filhos Izaias, Autonilio, Inamar, Demóstenes, Elisa, Zenóbia e Olavinho; a professora Ruth Alves da Cunha; a professora Olga Pinto de Carvalho, Antônio Soares Bilé, sua mulher Luzia Angélica de Oliveira e seus filhos Emanuel Soares Campos, sua mulher Mariquinhas e seus filhos; Antônio Brito e sua mulher; Vitor Brito e sua mulher Hermelina e filhos; Francisco de Souza Meira e sua família; Alberique Gondim, sua mulher Maria e os filhos, Salvador, Niljácio e Jacy; Joaquim Vermelho e sua família; Esaú Francisco Bonfim e sua família, contando-se João Fernando Bonfim e Paulo, e outros; Olegário Silva (Deô) e sua família, contando-se entre os filhos, Klinger Otoni
Silva; Martinho José dos Santos e sua mulher D. Maria e a numerosa prole contando-se entre os filhos Dr. Milton Ferreira Santos, que foi Prefeito; Clarindo Barbosa da Cruz e sua família; Propércio Figueiredo; Pedro Celestino Abreu e sua família; Dr. José Pedreira Cavalcanti, que foi o primeiro Prefeito; Antônio Gonçalves Quaresma e sua família, que já foi Prefeito;
João Souza e sua família; João Augusto de Souza e família; Políbio Nonato Ruas e sua família; Jovino de Souza Gomes e sua família; José Solimão e sua mulher D. Pombinha e os filhos; Ricardo da Rocha Bahia e sua família; João Pereira da Rocha e sua família; Pedro Abelardo de Almeida, que já foi Prefeito, e sua família; Estevam dos Santos Melo, que foi Prefeito, e sua família; Pedro José de Souza (Pedro Rico) e sua família; Professor Estevão Araújo; Dr. Vitoriano Tosta; Dr. Jaime Guimarães; Arlindo Lima e sua família; Antônio Ferreira Lúcio e seu irmão Oswaldo Ferreira Lúcio; Ladislau Alves de Souza e sua família; Agenor Guimarães, que já foi Prefeito, e sua família; Mário Guimarães e sua família; Dr. Otelino Ferreira Sol, que foi Prefeito; Clemente Prates e família; Antônia Soares e sua filha Professora Etelvina Soares; Deolino Soares; João Avelino e sua Família; A família Neves (Alcides e irmãos); Manuel Francisco de Oliveira (Manuelzinho Fiscal) e sua família; Antônio Matoso; Olavo Alves Machado; Arlindo Torres Bonfim, que foi Prefeito; Adelson Gonçalves Silva, que foi Pre-
feito; Juvêncio Barbosa; Dr. Guiomarino Pereira de Souza, juiz de Direito; Dr. Olinto Augusto da Cunha Peixoto, Promotor de Justiça; Dr. Chaquib Sampaio; Dr. Rassendil da Cunha Peixoto; Dr. Willis Condé da Cunha; Dr. Sinval Olegário de Almeida Ruas; João Caetano; Francisco Carvalho e sua família; Severiano Souza (o Severo); Aureliano José da Silva (o Lero); João Dias; Maceu Trancoso; Júlio Souza Soares; José Caires e Ângelo Caíres; João Souto; José Alves Martins (Que foi o 1o Delegado de Policia)
Leordino Novais Costa e sua família; Dr. Hiran Couy, Juiz de Direito; Dr. Niemayer Olegário de Almeida Ruas, advogado; Aurelina Almeida Ruas e filhos.
Além deles, outros vieram e se juntaram aos filhos da terra, e muitos deles sobressaíram-se.
Na época de sua formação, em 1920, o Povoado situava-se em área pertencente ao Município de Jequitinhonha, e quando da sua emancipação do Município de Vigia, atual Almenara, desmembrado do Município de Jequitinhonha, o Povoado da Barra do Jacinto passou à condição de VILA, em 08 de dezembro de 1938, e a pertencer ao Município de Vigia.
Em 31 de dezembro de 1943, pelo Decreto Lei N°1.058/43, a Vila foi elevada à categoria de CIDADE, criando-se assim o MUNICÍPIO DE JACINTO, com sua área abrangendo o atual Município, e mais os atuais Municípios de
Jordânia, Salto da Divisa, Santa Maria do Salto e Santo Antônio do Jacinto, emancipados posteriormente.
No ano 2000, o Município constitui-se dos Distritos de Avaí e Jaguarão, dos Povoados de Bom Jardim e Conceição, além de várias Comunidades Rurais organizadas, tudo com uma população em torno de 13 mil habitantes, nas zonas rural e urbana.

LOCALIZAÇÃO

O Município está localizado na zona geográfica do médio-baixo Jequitinhonha, e a cidade de jacinto está situada na margem direita do Rio Jequitinhonha, na foz do Córrego do Jacinto, distando 780 Km de Belo Horizonte, a Capital do Estado de Minas Gerais; a 50 Km de Almenara, a 57 Km de Rubim, a 67 Km de Santo Antônio do Jacinto, a 48 Km de Santa Maria do salto, a 50 Km de Jordânia e a 52 Km de Salto da Divisa, as cidades mais próximas.
Dista ainda 195 da Cidade de Porto Seguro, nosso porto marítimo mais próximo, uma bela região turística.
A altitude de Jacinto é de 168 metros.

COMARCA

A Comarca de Jacinto foi criada pela Lei n.º 336, em 16 de dezembro de 1948, e autorizada a sua instalação pelo Decreto n.º 4.128/53. Entretanto, a instalação da Comarca se deu em 12 de Junho de 1954, sendo primeiro Juiz de Direito o Dr. Guiomarino Pereira de Souza e o promotor de Justiça o Dr. Olinto Augusto da Cunha Peixoto.
A Comarca compreende o Município de Jacinto, e os Municípios de Jordânia, Salto da Divisa, Santa Maria do Salto e Santo Antônio do Jacinto.
Os Primeiros Advogados, com escritório na sede da Comarca, foram: Dr. Willis Condé da Cunha, emérito Professor, e que aqui se radicou definitivamente; Dr. Chaquib Sampaio da Cunha Peixoto; Dr. Rassendil da Cunha Peixoto que mais tarde foi Promotor de Justiça na Comarca; Dr. Sinval Olegário de Almeida Ruas, que aqui chegou em 1959, foi professor, foi o fundador da Escola Estadual de Jacinto, que posteriormente veio a denominar-se Escola Estadual Professor Estevão Araújo, e que aqui se radicou definitivamente.
É justo que seja salientado que o prédio do Fórum de Jacinto, de ótima estrutura, foi construído com o esforço e a dedicação do Dr. Hiran Couy, então Juiz de Direito, e pessoas representativas dos vários municípios da Comarca.

SAÚDE

O primeiro médico chegou em 1935, para aqui se estabelecer. Foi o Dr. José Pedreira Cavalcanti, que em
Jacinto radicou-se, exerceu a medicina com denodo, adquiriu propriedade rural, e se envolveu com a política.
Como político foi o primeiro Prefeito do Município, foi Deputado Estadual, foi Diretor da Loteria do Estado de Minas
Gerais, foi Chefe de Gabinete do Secretário de Saúde do Estado, Dr. Mário Hugo Ladeira. Foi Inspetor Escolar no Município. Veio a falecer em 09.11.1995.
Depois vieram outros médicos, merecendo destaque o Dr. Jayme Guimarães, Dr. Vitoriano Tosta, Dr. José Monteiro e outros.
No ano 2000 a cidade conta com um bom hospital, dois postos de saúde, com bom atendimento, e duas farmácias.

ENSINO E EDUCAÇÃO

A primeira professora foi Cecy Tupy. Depois outras vieram, como Celina Macedo, Ruth Alves Cunha, Olga Pinto, Etelvina Soares e o Professor Estevão Araújo, em 1933. Todos contribuindo grandemente para o melhoramento social dos moradores do lugar. Estevão Araújo era homem negro, de grande valor e conhecimento, que em aqui chegando fundou o Colégio Americano Jacintense, que não mais existe,
e onde eram ministradas aulas para as quatro primeiras séries, e por onde passaram moços e moças das famílias mais ilustres da região. Com a transferência do Professor Estevão para o Estado da Bahia o prédio onde funcionou o seu colégio foi vendido à Fundação Cultural de Jacinto, que visava por em funcionamento um ginásio para as quatro últimas séries. Mas não conseguindo registro, foi de curta duração, sendo então,
doado o prédio ao Estado de Minas Gerais em 1965 para nele funcionar o Ginásio Estadual de jacinto, que mais tarde recebeu o nome de Escola Estadual Professor Estevão Araújo. Atualmente o colégio funciona em outro prédio, mais moderno e com amplas salas e outras dependências.
Em 1938 já existiam duas escolas municipais em Jacinto: - A Escola Municipal Mixta “10 de Novembro”, sendo sua Diretora a Professora Celina Macedo e a outra denominada “13 de Maio” sob a direção da Professora Ruth Alves da Cunha.
Naquele tempo os exames eram finais e eram fiscalizados pelo Inspetor Escolar e aplicados os testes por pessoas capacitadas do lugar com orientação e acompanhamento das Diretoras, tudo formalizado em Atas.
Em 29 de outubro de 1940 foi solenemente instalada a primeira Caixa Escolar da Vila de Jacinto, sob a Presidência do Inspetor Regional do Ensino, professor Jason de Morais, ficando assim constituída a Diretoria – Presidente, Anfilófio Ferraz Ramos; Vice-Presidente, Jovino de Souza Gomes; Tesoureiro, José Solimão; Secretária, Celina Macedo; Conselheiros, Dr. Vitoriano tosta, Professor Estevão Araújo, Durval Guimarães, Rogério Guimarães, Clarindo Barbosa; para Suplentes, Antônio Brito, Emanuel Soares Campos, Antônio Matoso, Gutemberg Ferraz Ramos e Astrogildo Augusto Gomes.
Em 1943 foi criada a Escola Estadual cardeal Mota, com o nome de Escolas Reunidas de Jacinto, sendo sua primeira Diretora e Professora Olga Pinto de Carvalho, e era Governador do Estado o senhor Benedito Valadares. Foram extintas as Escolas Mixtas 10 de Novembro e 13 de Maio.
Em 1960 foi criada a Escola Estadual Elisa Cavalcanti, que foi posta a funcionar em 01.02.1961, sendo sua primeira diretora a professora Celina Macedo.
Em 1965 foi criada a Escola Estadual Professor Estevão Araújo, com o nome de Ginásio Estadual de Jacinto, sendo primeiro Diretor o Dr. Sinval Olegário de Almeida Ruas. Para funcionar na Sede do Município, ainda foram criadas as seguintes Escolas: Em 1997 foi criada a Escola Municipal Pingo de Gente, hoje denominada Escola Municipal Celina Macedo; Em 1998 foi criada a Escola Municipal Santa Terezinha, hoje denominada Escola Municipal Pedro Abelardo de Almeida.
Nos Distritos e Povoados foram criadas as seguintes Escolas: - A Escola Estadual Alípio de Morais, em Jaguarão; a Escola Estadual Otelino Ferreira Sol, em Avaí; a Escola Municipal Nossa Senhora da Conceição, em Conceição; a Escola Municipal Emanuel Soares de Oliveira Campos, em Bom Jardim.


A BACIA HIDROGRÁFICA

A Bacia Hidrográfica do Município é formada pelo Rio Jequitinhonha, numa extensão aproximada de 35 quilômetros, e pelos Córregos Rubim do Norte, Bú, Mocó, Jacinto (o mais extenso), Misteriosa, Enxadinho, Areias, Areinha, Brejos, Janjão, Cristal, Macacos, farinhas e pelo Córrego

ECONOMIA, INDÚSTRIA E COMÉRCIO

A economia do Município apoia-se principalmente na pecuária, com criação de gado de corte. A agricultura está reduzida a termos domésticos de subsistência. Os trabalhadores rurais distinguem-se por não possuírem terras residindo na Sede e Distritos. Exercem seus trabalhos baseados nas atividades braçais, percebendo remuneração diária, muito aquém das necessidades mínimas de sustento.
O tamanho médio das propriedades fica assim distribuído:
De 001 a 100 Ha - 51,80% (324 pequenos produtores)
De 101 a 500 Ha - 38,28% (239 médios produtores)
De 501 a 1000 Ha - 9,92% (62 grandes produtores)
No setor industrial existem pequenas fábricas artesanais de moveis, bem como um pequeno número de indústrias extrativas e de transformação, que absorvem um percentual muito baixo de mão-de-obra. Os principais produtos da região são: madeira, farinha de mandioca, aguardente e uma fábrica de cerâmica.
O comércio, de vulto razoável, conta com dois estabelecimentos atacadistas, 55 varejistas, 02 farmácias, 01 hotel, 01 pousada, 01 pensão, 04 restaurantes, 04 lanchonetes, 01 agência de correios c/ Posto do Bradesco, 01 Agência do Banco do Brasil S/A, 01 Lotérica da Caixa Federal, Posto da TELEMIG, Posto da CEMIG, COPASA, 02 postos de gasolina.
O fornecimento de energia elétrica é feita pela CEMIG na sede, Distritos e Povoados. Existem cerca de 2.000 ligações na sede. O fornecimento de água fica a cargo da COPASA, com cerca de 1.500 ligações. Os Distritos e Povoado possuem sistema próprio de abastecimento, com administração da Prefeitura.
A Sede e Distritos, recebem sinais de TV com 06 canais à disposição.
Existe o sistema de telefonia através de DDD.
Existe linha regular de ônibus para a Capital Belo Horizonte, além de linhas diárias para as cidades próximas, e também da Bahia como exemplo Porto Seguro.
O Rio Jequitinhonha, há quarenta anos atrás era a mais importante via de transporte da região época em que era navegável. 

AUTOR

Sinval Olegário de Almeida Ruas